De acordo com a informação disponível no sítio da Porto Ed. (portanto, não tenho nem consultei o livro impresso), funcional mas não
descritiva – seria bom que a Editora publicasse online as notas introdutórias ou
excertos das introduções ou prefácios dos manuais que expliquem ou descrevam
perspetivas autorais, metodologias adotadas, etc. – o manual encontra-se organizado em áreas temáticas : sociedade,
lusofonia, música, dança, desporto, cinema, teatro, literatura, artes
plásticas, moda e design, arquitetura, património natural, turismo, gastronomia
(no 1.º Volume).
Reprodução do ÍNDICE do 1.º volume.
As unidades apresentam textos informativos,
devidamente ilustrados e acompanhados de glossários. As atividades (nas mostras
de págs. online) parecem
insuficientes, residindo portanto a mais-valia do manual no compendiar de
textos de tipologia e temática diversificadas para seleção e uso em aula por
parte do professor ou do aluno, conforme os objetivos ou grau de autonomia
deste.
Foi com agrado que, ao pesquisar no catálogo da
Editora um outro manual de PLNM, encontrei estes dois volumes, mais o "Livro do Professor", consagrados ao
ensino-aprendizagem da Cultura e História de Portugal. Elaborados
essencialmente para um público-alvo
que estuda no estrangeiro e com um nível
de proficiência razoável da língua portuguesa (vol. 1) ou mesmo avançado
(vol. 2), estes materiais permitem ao seu utilizador (professor e aluno)
encontrar, rápida e sistematicamente, temas
de interesse geral e da cultura portuguesa. Ao estudante, proporciona-lhe o alargamento do seu vocabulário e o aprofundar do seu
conhecimento sobre a cultura e a história de Portugal; ao professor, permite-lhe escolher
os temas a lecionar durante o curso e assim planear o ensino de um modo mais fácil, mais documentado, mais
adequado ao perfil do aprendente e com mais tempo para selecionar material
complementar.
Lembro o excelente manual de Fernando José Rodrigues
e Peter Humphreys, Falar é Aprender. Português para Estrangeiros (Porto, Porto
Ed., 2000) – que estranhamente não encontro na minha pesquisa online no catálogo da Editora – que
permanece como um bom livro de ensino do Português – língua e cultura – a
estrangeiros, investindo «em outro tipo de textos, mais elaborados, mais
consistentes, mais apelativos ao intelecto do que o simples “Quanto custa?” ou “Que
horas são?”» (da Introd., p. 6). Neste manual, o professor tem «a possibilidade
de escolher textos, dos mais simples aos mais avançados, e de os preparar, em
devido tempo, com material de apoio, fichas de exploração, definir vocabulário
prioritário e, finalmente, tornar o texto ponto de partida para novos temas de
reflexão e debate.» (idem).
Quer o manual apresentado em dois volumes quer
este Falar é aprender são
instrumentos de apoio ao ensino-aprendizagem da língua e da cultura portuguesa,
mas obviamente mais focalizados na componente histórico-cultural que na
componente linguística (onde atualmente existe mais oferta de materiais) embora
esta última esteja compreendida na primeira como objeto de estudo e seja,
obviamente, veículo de todas as aprendizagens.
Não será de estranhar, portanto, que as unidades estejam
centradas nos textos e não no treino de estruturas gramaticais, que se
privilegie o estudo de vocabulário específico (a cada tema da unidade) do que
outros aspetos gramaticais e que, assim, o Falar
é aprender apresente um banco de “EXERCÍCIOS” gramaticais no final do livro.
Mas a questão Cultura / Língua merece aprofundamento cuidado, em função de
público-alvo, níveis de proficiência dos aprendentes, e objetivos a atingir.
Que a questão é mais complexa demonstra-o, por exemplo, a inclusão de “APONTAMENTOS
GRAMATICAIS” (que são de facto uma verdadeira gramática para estrangeiros, pp.
121-167) no manual de Fernando José Rodrigues e Peter Humphreys.
Para um equilíbrio entre as aulas centradas no texto e o treino de competências linguísticas veja-se A Actualidade em Português (nível avançado), de Ana Tavares & Hermínia Malcata, dir. Renato Borges de Sousa (Lisboa: Lidel, 2004 -rev.) constituído por textos da imprensa lusófona sobre temas da atualidade. Cada unidade está estruturada com texto, «glossário, vocabulário, gramática, compreensão e uma última parte em que o aluno é motivado para a oralidade, escrita ou simulação.» (da introd.). Embora mais modesto graficamente, apresenta uma proposta de atividades didáticas muito interessante.
Para um equilíbrio entre as aulas centradas no texto e o treino de competências linguísticas veja-se A Actualidade em Português (nível avançado), de Ana Tavares & Hermínia Malcata, dir. Renato Borges de Sousa (Lisboa: Lidel, 2004 -rev.) constituído por textos da imprensa lusófona sobre temas da atualidade. Cada unidade está estruturada com texto, «glossário, vocabulário, gramática, compreensão e uma última parte em que o aluno é motivado para a oralidade, escrita ou simulação.» (da introd.). Embora mais modesto graficamente, apresenta uma proposta de atividades didáticas muito interessante.
Muito útil para Leitorados do Camões - Instituto
da Cooperação e da Língua, e outros contextos de ensino de
aprendizagem além-fronteiras.
Cultura e História de Portugal - Volume 1 - Níveis A2/B1
Ensino
Português no Estrangeiro
Porto:
Porto Ed., 2014?.
Revisão:
Susete Albino
96 págs., ISBN:
978-972-0-30004-1
Cultura
e História de Portugal - Volume 2 - Níveis B2/C1
Ensino
Português no Estrangeiro
Porto:
Porto Ed., 2013?.
Revisão:
Susete Albino
80 págs., ISBN:
978-972-0-17038-5